sábado, 6 de janeiro de 2018

Cascudo Zebra


Cascudo Zebra
Hypancistrus zebra
Cascudo Zebra Imperial, Cascudo Imperial, Zebra pleco, L096, L048, L173
Loricariidae
Brasil, Bacia Amazônica, Rio Xingú.
São peixes muito pacíficos com outras espécies, convivendo em harmonia. É uma espécie tímida que pode passar o dia inteiro escondida em tocas e só sair a noite para procurar alimento. Não deve ser colocado com espécies muito agressivas. Só apresenta hábito territorialista com membros da mesma espécie e outros animais semelhantes em forma e cor, podendo haver certa agressividade entre machos maduros. No entanto é possível manter vários em um mesma aquário sem problemas, desde que seja de bom tamanho, bem plantado e tenha inúmeras tocas.
Sozinho ou em grupo desde que o aquário seja grande e com muitos refúgios.
Fundo do Aquário
6.2 a 7.2
2 a 12
0 a 5
26 a 30 ºC
8 cm
Onívoro quando juvenil, carnívoro e micro-predador quando adulto. Em aquário, aceita bem rações especiais para peixes de fundo carnívoros, comida congelada ou viva. Para uma melhor saúde e cores mais vivas, oferecer bloodworms, tubifex, larvas de mosquito, enquitreias e larvas de besouros-do-amendoim pelo menos uma vez por semana. Eventualmente pode comer sobras de ração oferecida aos demais peixes e beliscar rodelas de vegetais como pepino. Essa espécie não come algas do aquário.
Ovípara, espécie relativamente fácil de ser reproduzida em cativeiro e que frequentemente reproduz em aquário comunitários. Para tanto, um grupo de no mínimo 6 peixes maduros sexualmente (se for possível sexá-los, escolha a proporção de um macho para cada duas ou três fêmeas) deve ser inserido em um aquário de no mínimo 80 litros, onde a largura e o comprimento devem ser maiores que a altura. O aquário deve possui inúmeros esconderijos, tocas e túneis (use pedras formando tocas e túneis, troncos, canos de PVC etc.) com aberturas um pouco maiores do que o tamanho do próprio peixe. Isso para que a água circule dentro delas, fator muito importante para o sucesso da desova. A filtragem deve ser superdimensionada, com vazão de no mínimo 8x o volume do aquário por hora. Amônia, nitrito e nitratos devem estar zerados. Não é necessário colocar substrato e a iluminação deve, se possível, ser mais baixa que o comum. A temperatura obrigatoriamente deverá ser constante em 28°C e eles devem receber alimentos vivos com maior frequência (no mínimo 4x por semana).

O macho irá escolher a toca que julgar melhor e irá protegê-la dos outros machos, enquanto tenta seduzir uma fêmea disponível, atraindo-a para dentro da toca. Assim que ela entra, ele bloqueia a saída com seu próprio corpo, mantendo-a presa por um período que varia de 3 à 7 dias aproximadamente, até que ela deposite seus ovos nas paredes internas. Caso as fêmeas não ovulem mesmo que estejam bem alimentadas, com pH mais ácido, água macia e com a temperatura a 29ºC, é interessante trocar a cada 2 ou 3 dias aproximadamente 50 a 70% do volume do aquário por água com mesmos valores químicos mas alguns graus mais fria (de 2 a 3°C), imitando o efeito do aumento das chuvas na época das cheias, momento de reprodução de inúmeras espécies de peixes. Isso é um excelente estimulante para as fêmeas.

Após a fêmea depositar seu ovos (que dependendo de sua maturidade, varia entre 7 e 15, aproximadamente), o macho imediatamente os fertiliza e a expulsa. Ele passa a cuidar sozinho dos ovos e futuros alevinos. Ele os oxigena batendo freneticamente as nadadeiras (por isso é importante uma água movimentada e oxigenada), que demoram em torno de uma semana para eclodirem. Após, por três dias serão alimentados pelo saco vitelínico, sempre bem protegidos pelo pai, que não costuma se alimentar nesse período. Quando essa reserva nutritiva acabar, o macho vai começar a passear com as crias à noite para procurar alimento. Nesse ponto, é de extrema importância oferecer náuplios de artêmias vivos ou congelados em abundância que, associados a boa qualidade da água e TPAs, proporcionarão um crescimento mais rápido e saudável da prole. Após se alimentar, o macho volta junto com a prole para o ninho.

É importante salientar que é muito comum a primeira prole não vingar, muitas vezes os ovos sequer são fecundados, mas que é normal e logo o casal tenta novamente, geralmente com 100% de sucesso. Se o aquário de reprodução for grande, é possível que mais de uma reprodução ocorra ao mesmo tempo ou em períodos intercalados.

O macho cuida dos filhotes até que eles alcancem em torno de 2 cm de comprimento, quando podem sair da toca permanentemente. Nesse ponto, já podemos alimentá-los com ração para adultos e alimentos vivos maiores. Se desejar já é possível iniciar uma nova reprodução. É conveniente então separar os filhotes para um novo aquário.
O macho maduro apresenta a cabeça mais larga quando visto de cima, o primeiro raio das nadadeiras peitorais mais grosso e com pequeninas estruturas (dentículos dérmicos) semelhantes a espinhos na base dessas nadadeiras, denominados odontodes. As fêmeas possuem, por sua vez, possuem a cabeça menor quando observada de cima, não apresentam odontodes e suas nadadeiras peitorais são um pouco mais arqueadas que as dos machos, dando um formato semelhante ao de meia-lua. Essa espécie demora cerca de 4 anos para amadurecer sexualmente.
É considerado por muitos como o Cascudo mais bonito atualmente, sendo muito cobiçado entre criadores de todo o mundo. Sua coloração espetacular, pequeno tamanho e temperamento dócil com outros animais são fatores que reforçam a admiração de vários aquaristas por essa espécie. Foi muito procurada e explorada devido a sua beleza, o que poderia, em tese, segundo o governo brasileiro, colocá-la sob risco de extinção, apesar de nenhuma pesquisa científica comprovar tal preocupação. Como sua exportação foi proibida, as espécies criadas e reproduzidas em cativeiro passaram a adquirirem um valor consideravelmente alto mas que ainda assim vale à pena devido a raridade desse peixe. É uma das espécies das quais a reprodução em cativeiro deve ser estimulada.

Apesar dessas características positivas, não é exatamente o peixe mais indicado para aquários comunitários devido às suas exigências: temperaturas altas (em torno dos 28ºC), água muito agitada e riquíssima em oxigênio.

Tamanho mínimo do aquário: 80 litros para um indivíduo, com no mínimo 60 cm de comprimento e 30 de largura. Para um grupo de 5 indivíduos, um aquário de no mínimo 180 litros é o mais indicado indicado, com pelo menos 100 cm de comprimento e 35 cm de largura.

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