Origem do Fila Brasileiro
País: Brasil
Essa raça brasileira foi a primeira a ser reconhecida pela FCI. Ele está presente na história do Brasil desde a colonização, pois protegia a comitiva dos bandeirantes dos ataques de nativos e das onças, e também ajudava na captura de escravos fugitivos. Dos Dogues, dos Mastifes e dos Cães de São Humberto introduzidos no século XVII no Brasil pelos conquistadores espanhóis e portugueses, nasceu ao que consta o atual Fila Brasileiro, que também recebeu sangue de Mastife e Bloodhound.
De fato sua origem é um quanto obscura. Existem quatro linhas teóricas sobre a origem desse cão. A primeira é do Dr. Paulo Santos Cruz – que diz que o Fila Brasileiro poderia ser resultado do cruzamento do Mastife, Bloodhound e Old Buldogue Inglês, onde do Mastife teria herdado a forma do crânio, a garupa e o dorso; do Bloodhound a pele solta, olhar triste e o faro aguçado; e do Buldogue o temperamento violento e a teimosia.
Segundo João Batista Gomes, ele afirma que o Fila Brasileiro seria originário do Fila Terceirense (da Ilha Terceira, Arquipélago dos Açores) que foi importado para o Brasil maciçamente pelos portugueses e foi cruzado com o Mastim Inglês proveniente da chegada de D.João VI.
A terceira teoria é de Francisco Peltier de Queiroz, segundo este autor, o Fila Brasileiro se fez com a união de cães indígenas (Aracambé) + selvagens (Guará) + cães de rua + cães imigrantes (Mastim Inglês, Bloodhound, Buldog Inglês). Desta mistura surgiria o nosso Fila, fórmula inatingível e perdida no tempo e que sofreu a influência climática e alimentar.
E por fim, Procópio do Valle começa definindo o “cão de fila” como um cão grande, bravo, de espécie vulgar. É assim um cão de guarda e um cão mestiço, características do grupo dos Mastifes. Recebeu ainda a influência do extinto cão Engelsen Doggen, ou mais exatamente do Dogue de Fort Race, oriundo do Inglaterra e levado para Pernambuco em 1631 pelos holandeses, a fim de serem usados em incursões contra os bugres e soldados fugitivos.
O que realmente se sabe sobre essa raça é que ela trabalha na fazendas, fazendo a guarda, tocaiando onças, cercando bois, sendo fiel aos donos tanto na guarda das residências metropolitanas, como na companhia. É verdade que não houve nenhum tipo de trabalho ordenado até alguns anos antes de 1946. Mas tão brasileiro quanto o povo que lhe deu o nome, o cão Fila formou-se e adquiriu características que o definem como tal, distinguindo-se de qualquer outra raça. Assim o principal desafio na criação do Fila Brasileiro, foi e talvez ainda o seja, o de justamente obter a uniformidade do plantel, já que possui um passado de poucas gerações para fixar adequadamente o tipo.
Para combater as disparidades existentes, foi que em 1946, alguns criadores paulistas mostraram o cão de fila aos aficionados de cinofilia, com o intuito de conseguirem sua aceitação como raça pelo antigo Brasil Kennel Clube. Se reuniram para preparar a descrição do Padrão do Fila Brasileiro, a fim de dissipar as dúvidas frente a enorme diversidade de exemplares. Trinta anos depois, em 1976, um segundo padrão foi estabelecido e aprovado no 1º Simpósio da Raça Fila Brasileiro, realizado em Brasília, onde passou a existir um mínimo de altura e peso para machos e fêmeas.
Finalmente em 1983, cerca de 30 dos principais criadores de Fila Brasileiro, se reuniram em um importante congresso nacional no Rio de Janeiro, movidos pela constatação de que era necessário estipular metas que poderiam aprimorar a raça. Foi deste encontro enfim que em 1984 se redigiu a 3ª versão do padrão oficial que vigora até hoje. A raça ainda não é reconhecida pelo American Kennel Club ou o United Kennel Club.
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