Terrier brasileiro | |
---|---|
Terrier brasileiro branco e marrom com marcação em castanho | |
Nome original | Terrier brasileiro |
Outros nomes | Fox paulistinha Foquinho |
País de origem | Brasil |
Características | |
Peso | 6-10 kg |
Altura macho | 35-40 cm na cernelha |
Altura fêmea | 33-38 cm na cernelha |
Pelo | curto |
Cor | preto, marrom, ou azul; sempre com fundo branco e marcações tan na cabeça |
Tamanho da ninhada | 4-6 filhotes |
Expectativa de vida | 13-16 anos |
Classificação e padrões | |
Federação Cinológica Internacional | |
Grupo | 3 - Terriers |
Seção | 1 - Terriers de médio e grande porte |
Estalão | #341 - 29 de outubro de 2003 |
Terrier brasileiro[Nota] é uma raça de cães do tipo terrier, de porte médio para pequeno, oriunda do Brasil.[1][2] É conhecida informalmente como Fox paulistinha
Nome[editar | editar código-fonte]
A raça é conhecida coloquialmente como “fox paulistinha” no Brasil, por conta de sua relação ou semelhança com o fox terrier e por ter sido historicamente mais comum no interior do Estado de São Paulo, apesar de existir em outras regiões do país. O nome oficial de “terrier brasileiro” foi criado por ocasião do processo de registro e reconhecimento da raça junto à CBKC e a FCI. Informalmente também sempre foi conhecido no Estado do Rio Grande do Sul como “fox”, e no Estado de Minas Gerais como “Foquinho”, um diminutivo abrasileirado de “fox”.[4][3][5] Fora do Brasil a raça é mais conhecida por seu nome de registro oficial.
Reconhecimento[editar | editar código-fonte]
Tendo o mesmo padrão rácico desde 1920, a primeira tentativa de reconhecimento do fox paulistinha ocorreu em 1964, mas, pelo baixo número de registros o processo foi cancelado. Depois de muito trabalho por parte de alguns criadores, a raça recebeu o reconhecimento provisório em 1995 e o definitivo em 2006. Esse processo foi na FCI, com sede na Bélgica e que tem uma série de regras a serem cumpridas antes do reconhecimento definitivo (como comprovar ausência ou controle de doenças genéticas, número mínimo de exemplares sem parentesco próximo, ninhadas que nasçam homogêneas, etc).
Foi a terceira raça de cão originalmente brasileira a ser reconhecida pela Federação Cinológica Internacional (FCI), e é a segunda com reconhecimento mais antigo dentre as três, desconsiderando o “extinto” rastreador brasileiro.[1][3]
As demais raças de cães brasileiras existentes ainda buscam pelo reconhecimento por kennel clubes maiores.
Origem[editar | editar código-fonte]
A raça teria chegado ao Brasil entre os séculos 19 e 20, e, assim como seus parentes do grupos dos terriers, foi muito utilizada na caça aos ratos em armazéns e fazendas.[2][6][7]
Não há certeza de suas exatas origens,[5] mas há pelo menos três teorias mais difundidasː
1ª Teoria[editar | editar código-fonte]
A que consta no padrão oficial da raça terrier brasileiro, diz que descendem de cães do tipo terrier trazidos da Europa pelas esposas dos filhos de fazendeiros, que muito comumente, a partir de meados do século XIX e início do século XX, iam estudar na Europa, e quando retornavam, muitas vezes casados, teriam trago estes pequenos cães, que eram muito comuns entre as famílias mais abastadas de Londres e Paris nesta época. Possivelmente eram das raças parson russel terrier, jack russel terrier e fox terrier de pelo liso, que eram raças muito comuns na Inglaterra neste período.[2][4] E estes cães ao cruzarem com cães das fazendas no Brasil, e no campo sendo aproveitados na caça, na guarda e em menor escala no pastoreio de ovelhas, teriam criado em poucas gerações uma nova raça. Com o desenvolvimento das grandes cidades, os fazendeiros e suas famílias migraram para os grandes centros urbanos, desta forma o fox paulistinha sofreu outra mudança de ambiente que teria contribuído em sua formação.[2] Onde inclusive teve a importante função de guardar as mercadorias dos armazéns da ação predatória de roedores.
2ª Teoria[editar | editar código-fonte]
Há outra hipótese bem forte, e com dados históricos que diz que cães de tipo terrier, sem precisão de raça definida, viajavam como caçadores de ratos em navios mercantes, principalmente nos ingleses, desde o século XIX. Os cães teriam sido tripulação fixa nestas embarcações devido ao receio que a população européia tinha da peste negra, e os cães ajudavam no controle dos ratos. E ao aportarem em portos brasileiros, teriam cruzado com cães locais adaptados as características ambientais brasileiras, e assim acredita-se que o terrier brasileiro teria se originado.[4] Este mesmo processo teria criado outras raças em outros países. Uma ultima hipótese menos difundida diz que o terrier brasileiro é um cão autóctone da região onde é hoje o Estado de São Paulo.[4]
3ª Teoria[editar | editar código-fonte]
Ainda há uma outra hipótese com mais plausível do ponto de vista fenotípico da raça, que diz que os cães “terrier” espanhóis ratonero bodeguero andaluz e ratonero valenciano sejam os verdadeiros ancestrais do terrier brasileiro, os quais estão relacionados ao fox terrier. O perro ratonero mallorquín é outra raça espanhola relacionada a estas duas já mencionadas.
Estas duas raças espanholas são extremamente semelhantes ao terrier brasileiro, sendo verdadeiros sósias, muito mais semelhantes do que as raças britânicas citadas anteriormente. Por isso, aliando a História do Brasil, esta teoria diz que ao invés dos cães britânicos, o terrier brasileiro descenda principalmente destes dois cães espanhóis que muito provavelmente teriam chegado em massa ao Brasil nos navios da Espanha entre 1580 e 1640, época da União Ibérica, quando a Espanha e Portugal estavam unidas politicamente em um só reino, assim como todas as suas colônias de ultramar, incluindo o Brasil; ou até mesmo depois deste período.
Raças similares[editar | editar código-fonte]
O terrier brasileiro é similar a algumas raças espanholas, como as já citadas ratonero bodeguero andaluz, ratonero valenciano e perro ratonero mallorquín. Mas, também se assemelha ao terrier japonês e ao terrier chileno, este último inclusive possui uma origem muito semelhante a do terrier brasileiro, sendo conhecido informalmente como “fox” e “ratonero”.
Temperamento[editar | editar código-fonte]
O terrier brasileiro é incansável, alerta, ativo e esperto, amigável e gentil com amigos, desconfiado com estranhos, inteligente e muito adestrável, comum em apresentações caninas. Ótimo para companhia de crianças por seu comportamento brincalhão.[2] Atualmente são mais utilizados para a companhia e alarme em áreas urbanas e caça a pequenos animais em áreas rurais.[1]
Aparência[editar | editar código-fonte]
Cão de médio porte, esbelto, bem equilibrado com estrutura firme mas não muito pesado, corpo de aparência quadrada com nítidas linhas curvas que o diferencia do retilíneo fox terrier de pêlo liso. Sua pelagem é de tamanho curta e macia.
Os machos devem ter entre 35 e 40 cm de altura e fêmeas entre 33 e 38 cm de altura na cernelha, pesando até 10 kg. É um cão robusto, de personalidade independente, incansável, alerta, ativo e esperto; amigável e gentil com amigos, desconfiado com estranhos. Sempre é de coloração tricolor. O corpo tem fundo branco, com marcações pretas, marrons (fígado) ou azuis (cinza) salpicadas. A cor canela (Tan) pode ser encontrada entre a cor branca e a outra cor e/ou salpicada em pequenas pintas nos membros dianteiros. A ausência da marcação "tan" no corpo é permitida, bem como a segunda cor(preta, marrom ou azul) formar uma "capa" por cima do dorso.[2]
A cabeça tem uma máscara preta, cinza ou marrom com pelagem canela ao redor da boca, sobrancelhas e na região interna e borda das orelhas. Pode haver marcações brancas no focinho e no alto da cabeça, mas estas devem ser o menor e mais simétricas possível.[2]
Orelhas pendentes e triangulares, olhos castanho-escuros, o mais escuros quanto possível nos cães com marcação preta no dorso, e verdes, castanhos ou até azuis nas outras cores. Peito amplo com formato de "barril", não sendo esgalgado, como nos galgos.[2] Cauda íntegra, podendo nascer sem cauda ou com cauda curta em algumas linhagens. O corte (caudectomia) por estética não é mais permitido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário