domingo, 29 de setembro de 2019

Pastor-da-mantiqueira


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Pastor mantiqueira
Cão Pastor da Mantiqueira
Nome originalCão pastor da mantiqueira
Outros nomesPastor da mantiqueira
Policial
Pastorzinho caipira
Pastor brasileiro
Mantiqueira
Policialzinho
País de origem Brasil
Características
Pesoaté 25 kg
Altura53 cm na cernelha
Não é reconhecida por qualquer clube de cães
NotasHá 3 variedadesː pêlo liso, pêlo curto, e pêlo crespo
cão-pastor-da-mantiqueira, também chamado de "policialzinho", é uma raça de cães de pastoreio que teve origem na Serra da Mantiqueira, na Região Sudeste do Brasil.[1][2] A raça é reconhecida pela SOBRACI.

Origem[editar | editar código-fonte]

Cão pastor da mantiqueira
Ainda não são conclusivas as suas origens, mas é possível que descendam dos antigos cães que eram chamados de "policiais" (Antigos pastores alemães de trabalho) no Brasil, e que por esta razão, até hoje, herdam este nome. Este é um dos nomes pelo qual são conhecidos ainda hoje em sua região de origem.
Pela aparência e aptidão para pastoreio e pelos registros históricos (datas em que raças semelhantes chegaram ao Brasil), o pastor-mantiqueira provavelmente descende das raças pastor belga e pastor holandês, em menor grau, e também de alguns ancestrais do Pastor Alemão moderno[4], como os variados tipos de 'Altdeutsche Hütehunde'.
Mas o pastor-da-mantiqueira também pode ser um descendente de cães ibéricos como do Pastor garafiano e Pastor basco, e até mesmo do Can de Palleiro; estas três raças citadas são de origem espanhola, e poderiam ter chegado ao Brasil durante a União Ibérica, o que é muito provável, além do que estas raças também compartilham grande similaridade física com o pastor-da-mantiqueira.
Sejam quais forem seus ascendentes, estes teriam chegado à Serra da Mantiqueira e nesta região cruzaram entre si e teriam sido selecionados na lida diária com os rebanhos, pelos peões[1] e pelos tropeiros. Cães pastores de origem portuguesa também podem ter contribuído com a formação do Pastor da Mantiqueira.
Estes trabalhadores precisavam de um bom cão rústico de pastoreio, ágil, forte e resistente para conduzir a boiada por caminhos em que o peão em seu cavalo tinham dificuldade para chegar, devido ao relevo acidentado com declives muito acentuados da Serra da Mantiqueira. E dentro do que sabiam, sempre buscavam acasalar os cães que melhor atendiam as suas necessidades. Com esta seleção durante os séculos tornou-se possível a criação desta nova raça.[1] A dificuldade de acesso a serra da mantiqueira também ajudou a manter o plantel da raça relativamente puro, afastado de genes exóticos de outras raças.

Risco de extinção[editar | editar código-fonte]

Serra da Mantiqueira, há poucos anos atrás, teve uma mudança contínua e permanente até os dias atuais em suas atividades econômicas. O gado tem sido substituído pela agricultura. Devido a isto, o uso destes cães tem sido cada vez menor[1] e a atividade turística tem também ganhado força na região, atraindo cada vez mais pessoas interessadas em mudar-se de vez para a região,[1] trazendo consigo seus cães. Por isso, o pastor da mantiqueira está cada vez mais ameaçado de extinção, seja pela pouca procura de seu talento na pecuária ou pela miscigenação com raças estrangeiras.[1]

Maiores populações[editar | editar código-fonte]

Apesar de a Serra da Mantiqueira localizar-se nos território dos estados de São PauloMinas Gerais e Rio de Janeiro, a maior incidência de cães desta raça está em municípios mineiros, sendo menor sua distribuição em municípios paulistas e fluminenses respectivamente. As cidades com a maior população da raça são em Minas Gerais os municípios de VirgíniaPassa QuatroMarmelópolisDelfim MoreiraVenceslau BrásItajubáPiranguçuBrasópolisGonçalvesSapucaí MirimParaisópolisConceição dos OurosCachoeira de MinasSanta Rita do SapucaíPiranguinhoNatérciaPedralvaSão José do AlegreHeliodoraCristinaMaria da Fé e Conceição das Pedras, já em São Paulo os municípios de maior incidência da raça são Monteiro LobatoSão Bento do Sapucaí, e Campos do Jordão.[1]

Características[editar | editar código-fonte]

Físicas[editar | editar código-fonte]

Possuem pelagem em três tamanhos, curto, médio e longo, podendo ser de pelo liso ou crespo, as variedades são padronizadas na raça em pelos curto, liso ou crespo, as cores são preto, branco, castanho e dourado em vários tons, do escuro ao amarelo claro, nos cães destas cores, a maioria são de cor sólida, com ou sem máscara preta, mas há também os que possuem pequenas marcações nas outras cores, geralmente os castanhos e dourados é que possuem marcações nas cores preto e branco, e nestes casos são geralmente nas patas, peitoral, pescoço, pontas das orelhas e caudas.[1][5]
Também há uma minoria de espécimes bicolores de castanho e preto, estes geralmente com manto preto em toda a extensão do dorso sobre o corpo castanho. E certamente a cor mais comum na raça é o azulego, que caracteriza-se na raça com uma base amarela em qualquer tom com pelos pretos interpolados, em suas várias nuances, que dão ao cão um aspecto amarelado fosco, ou acinzentado na maioria das vezes, e também azulado em alguns.[1][5]
O corpo é quadrangular denotando grande agilidade, o porte é médio. A cabeça possui orelhas eretas e voltadas para frente, o focinho é fino e os olhos podem ou não ser de cores diferentes.[1][5]

Psíquicas[editar | editar código-fonte]

Suas habilidades como pastor de bovinos são apreciadas entre os peões da Serra da Mantiqueira, formando uma tríplice: peão, cavalo e cão, que tem contribuído com a economia da região durante séculos. São cães rústicos e ágeis, e se dedicam por instinto as lides de gado, auxiliando a tocar o gado pelas íngremes montanhas da serra da Mantiqueira, ou a reunir o gado nos currais quando chegam a seu destino. Diz-se entre os habitantes desta região que o pastor da mantiqueira é uma ferramenta de trabalho indispensável para o peão na serra da Mantiqueira

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