Baleia-franca-austral
Baleia-franca-austral | |||||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Estado de conservação | |||||||||||||||||
Pouco preocupante | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
| |||||||||||||||||
Nome binomial | |||||||||||||||||
Eubalaena australis (Desmoulins, 1822) | |||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||
A baleia-franca-austral (Eubalaena australis) é uma das três espécies de baleia-franca, pertencente ao gênero Eubalaena. Estima-se que haja cerca de 10.000 exemplares desta baleia espalhadas pelo sul do Hemisfério Sul, numa faixa compreendida entre os 30º e os 55º de latitude. Pode atingir os 18 metros de comprimento e as 80 toneladas de peso.
A caça indiscriminada deste tipo de baleia, devido à quantidade de óleo possuída por exemplar, deixou-a quase em perigo de extinção. Desde o século XIX, a população destes animais foi reduzida em 90%. Durante o inverno, as baleias escolhem as águas mais quentes do hemisfério sul para se reproduzirem, tais como os seguintes as costas da Península Valdés (na Patagónia), Austrália, África do Sul e Brasil.
Descrição[editar | editar código-fonte]
A baleia-franca-austral distingue-se das outras pelas calosidades que possui na cabeça, pela ausência de barbatana dorsal e pelo arco que descreve a sua boca, que começa acima do olho. O seu corpo é cinzento escuro ou preto, apresentado, esporadicamente, manchas brancas na barriga. As calosidades são brancas não pela pigmentação da pele mas pelas colónias de piolhos-de-baleia que as povoam.
Visualmente, estas baleias diferenciam-se das outras do mesmo género pela forma do crânio e pelas calosidades que, nas outras espécies, existem em maior número no maxilar inferior.
População e distribuição[editar | editar código-fonte]
A baleia-franca-austral passa os meses de Verão a sul, em zonas onde abunda o krill, junto à Antárctida. No Inverno migram para norte, para se reproduzirem, podendo ser vistas junto às costas da Argentina, Austrália, Brasil, Chile, Moçambique, Nova Zelândia e África do Sul. Estima-se que a população esteja entre os sete mil e os oito mil exemplares. Desde que a pesca destes animais foi proibida, o seu número aumenta anualmente cerca de 7%.
Pensa-se que os grupos que vivem espalhados pelos territórios que ocupa esta baleia, não se misturam entre si, ou que o fazem muito esporadicamente, devido à fidelidade que uma progenitora dá ao habitat onde dá à luz e onde cria os seus filhotes. Estudos demonstraram que as estes instintos são passados às crias (pela progenitora).
No Brasil, foram catalogados mais de 300 indivíduos (por fotografias tiradas às calosidades da cabeça), através de um estudo levado a cabo pelo "Projecto Baleia-franca" brasileiro.
No estado de Santa Catarina pode observar-se uma concentração considerável de exemplares que se deslocam ali, entre os meses de Julho a Novembro, para dar à luz e amamentar as suas novas crias. Alguns destes exemplares utilizam também as costas da Península Valdés, na Patagónia, para se reproduzirem.
Anatomia[editar | editar código-fonte]
Está preparada e adaptada para submergir-se a grandes profundidades, podendo estar em apneia cerca de 50 minutos.
Pertence à classe dos mamíferos por isso respira por pulmões e tem sangue quente.
Consegue armazenar uma quantidade maior de oxigénio nos tecidos musculares e no sangue, acumulando uma pequena quantidade de dióxido de carbono para evitar a respiração involuntária e possível inalação de água. Com cada renovação faz trocas na ordem dos 80/90% enquanto outros mamíferos fazem cerca de 10/20%. Tem a capacidade de controlar o fluxo sanguíneo a órgãos vitais se compromete a existência de oxigénio.
Expulsam o ar através de dois espiráculos com força suficiente para lançar o jacto em forma de "V" de alguma água acumulada sobre o dito orifício a 5 metros de altura.
As crias destas baleias nascem com um peso compreendido entre os 1000 e 1500 kg, medindo aproximadamente 5 a 6 m. de comprimento. Os exemplares adultos medem entre os 15 m (macho) e os 17 m (fêmea)[1]; as fêmeas costumam ser ligeiramente maiores que os machos. A cabeça corresponde a quase um terço do comprimento do corpo. Sua massa varia entre 40 e 80 toneladas[2], podendo chegar até 90 toneladas.[1]
As baleias-francas possuem os maiores testículos do mundo, pesando cada um 500 kg, que corresponde a 2% do seu peso. Ambos podem expulsar uma quantidade de sémen que alcança os 20 litros.
A cauda, que praticamente é o seu único elemento de propulsão, é constituída por um tecido fibroso e elástico, que se dispõe de forma horizontal.
Observação desta espécie[editar | editar código-fonte]
Esta espécie pode ser observada em vários locais, que, na sua maioria, têm políticas especiais de protecção e conservação destes animais e do seu habitat.
- África do Sul: Hermanus e De Kelders - de Junho a Novembro. Segundo a UNESCO este está indicado como o melhor lugar para a observação da baleia-franca-austral;
- Argentina: Península Valdés, na Patagónia - de Junho a Dezembro, podendo ser avistadas com crias;
- Austrália: Albany e costa Este da Austrália Ocidental, Logan's Beach em Warrnambool, Victoria e costa de Victor Harbor;
- Brasil: Na Costa de Santa Catarina, e na Costa do Rio Grande do Sul
- Uruguai: entre os meses de julho a outubro nas regiões de Maldonado e Rocha.
Protecção especial[editar | editar código-fonte]
Em 1984, a Argentina declarou-a um Monumento Natural.
Nenhum comentário:
Postar um comentário