orca-bastarda
Falsa-orca | |||||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||||
Dados deficientes (IUCN 3.1) | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Pseudorca crassidens (Owen, 1846) | |||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||
A falsa-orca (Pseudorca crassidens), também conhecida como orca-bastarda, da classe Mammalia, obteve o seu nome devido à sua semelhança com a Orca (Orcinus orca), outro parente da família Delphinidae, também pode ser facilmente confundida com a baleia-piloto (Globicephala spp). Habita em zonas tropicais e temperadas e alimenta-se de peixe e cefalópodes. A primeira descrição da espécie foi em 1846 por Richard Owen, no livro “A history of British fossil mammals and birds”. É a única espécie do género Pseudorca.
Características diagnosticantes[editar | editar código-fonte]
Possui um corpo alongado e preto com algumas manchas claras na zona da garganta, cabeça ligeiramente arredondada e sem bico, a barbatana dorsal é em forma de foice e arredondada na ponta, as barbatanas peitorais curtas e pontiagudas apresentando uma espécie de “corcunda”, o que lhes atribui um aspecto único, que pode ser utilizado para distinguir de outras espécies semelhantes como as Baleias-piloto.
Existe algum dimorfismo sexual, os machos adultos chegam a medir 6 metros e pesar 1600 kg, enquanto que as fêmeas adultas medem cerca de 5 metros pesando cerca de 800 kg.[1] Nos machos o melão projecta-se mais que nas fêmeas.[2] As crias nascem com cerca de 2 metros.[3] Possuem entre 7 e 12 dentes largos e cónicos em cada maxila melhor adaptados a agarrar e prender do que a mastigar.
Distribuição e Habitat[editar | editar código-fonte]
As Falsas-orcas preferem águas fundas de zonas tropicais e temperadas de todos os oceanos com temperaturas entre os 9 e os 31°C. Contudo, preferem águas mais quentes, sendo raros os avistamentos a mais de 50º de latitude nos dois hemisférios.[1][2] Tipicamente oceânicas muitas vezes aproximam-se da costa de ilhas oceânicas, como é o caso dos Açores. São frequentemente avistadas em mares e baias semifechadas como o mar do Japão, mar vermelho e golfo pérsico e, ocasionalmente, no mar mediterrâneo.[4] Os dados sobre padrões de migração da espécie são escassos.
Biologia e Comportamento[editar | editar código-fonte]
São animais gregários, ou seja, vivem em grupos que variam de várias dezenas a centenas de indivíduos de todas as idades e sexos o que leva a crer que aparentemente não existe segregação social. É usual avistarem-se grupos mistos de falsas-orcas e roazes-corvineiros (Tursiops truncatus) a caçar.[2][3] Esta é a espécie mais comum em arrojamentos em massa, não se sabendo ainda o motivo de tal comportamento.[1] Comunicam através de sons semelhantes aos dos roazes-corvineiros.
Já foi documentado várias vezes um comportamento de partilha de alimento, onde um individuo segura a presa com a boca e os outros indivíduos retiram pedaços dessa presa.[5] O tempo médio de vida é de 58 anos para os machos e 62 anos para as fêmeas.[6]
Alimentação[editar | editar código-fonte]
Caçam utilizando a ecolocalização e alimentam-se principalmente de peixe e cefalópodes. Contudo, existem relatos de ataques a outros cetáceos.[5][6]
Reprodução[editar | editar código-fonte]
Os machos atingem a maturidade sexual aos 18 anos, muito depois das fêmeas que o fazem aos 10 anos.
Usualmente nasce apenas uma cria ao fim de um período de gestação de 15 meses, que acompanha a progenitora entre 18 a 24 meses .
Ameaças[editar | editar código-fonte]
Uma das principais ameaças a esta espécie é a interacção com pescarias, principalmente pela sua tendência para remover o isco e o peixe dos palangres, o que as faz ser atacadas pelos pescadores. No Japão calcula-se que tenham sido mortas mais de 900 falsas-orcas entre 1965 e 1980.[2] São muitas vezes vitimas de "bycatch" de pescarias por palangre ou redes de emalhar dirigidas a peixes que costumam consumir (ex: Atum).
O lixo no oceano também constitui um risco, pois a ingestão de plásticos por serem confundidos com organismos gelatinosos pode, eventualmente, levar à morte dos indivíduos que ficam com o estômago cheio deixando de se alimentar.
Esta espécie, provavelmente, é vulnerável a “ruido” produzido pelos humanos, como os produzidos pelo sonar dos navios.[2][6][4]
Estatuto de conservação[editar | editar código-fonte]
Encontra-se listada no Anexo II da CITES.
Em 1996 encontrava-se com o estatuto de Baixo Risco ("Lower Risk/least concern") na IUCN, mas em 2008 passou para Dados Insuficientes ("Data deficient") devido à falta de conhecimento da sua abundância global e da tendência das populações.
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