Baleia-jubarte
Baleia jubarte | |||||||||||||||||||
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Tamanho do animal comparado a um humano
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Estado de conservação | |||||||||||||||||||
Pouco preocupante [1] | |||||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||
Megaptera novaeangliae (Borowski, 1781) | |||||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||||
A baleia jubarte (nome científico: Megaptera novaeangliae), também conhecida como baleia-corcunda ou baleia-cantora,[2] é um mamífero marinho que ocorre na maioria dos oceanos.[3] Ela é da ordem dos cetartiodactylos, subordem dos cetáceos e infraordem dos misticetos.[4] É uma das maiores espécies rorquais, cujos adultos medem em média 12 a 16 metros e podem pesar de 35 a 40 toneladas.[2] Os machos da espécie medem de 15 a 16 metros; as fêmeas, de 16 a 17,[5] sendo que o maior exemplar já visto possuía 19 metros. Quando salta, elevando seu corpo quase completamente para fora d’água, por alguns segundos ela parece querer vencer a gravidade e alçar voo. Neste momento, suas longas nadadeiras peitorais, que chegam a medir até 1/3 de seu comprimento total, poderiam ser comparadas às asas de um pássaro. Esta é a origem do nome Megaptera, que em grego antigo significa “grandes asas”, enquanto "novaeangliae" fala do primeiro local onde foi registrada a espécie, Nova Inglaterra. É conhecida por seus comportamentos aéreos e outros mais realizados na superfície, o que as torna popular no turismo de observação de baleias. Machos produzem cantos complexos que duram de 10 a 20 minutos com a finalidade de atrair as fêmeas para acasalar.
Baleias jubarte migram mais de 25 mil quilômetros a cada ano das áreas de alimentação para as de reprodução. Elas só se alimentam no verão em águas polares e migram para os trópicos e sub trópicos para acasalar e ter seus filhotes no inverno e primavera. Sua dieta consiste de krill e peixes pequenos. Jubartes têm um vasto repertório de estratégias de pesca, incluindo a técnica de redes de bolhas.
Como as outras grandes baleias, essa espécie foi ameaçada pela caça industrial. Elas foram caçadas até a beira da extinção quando as populações foram reduzidas em 90% antes da moratória de 1966. As estimativas do número de indivíduos é em cerca de 80 mil exemplares. Mesmo com o fim da caça comercial, as baleias ainda sofrem com várias ameaças: emalhamento em redes de pesca, colisão com embarcações e poluições.
Etimologia[editar | editar código-fonte]
O nome do gênero Megaptera significa asas grandes, do grego mega-/μεγα- (grande) e pteron/πτερα (asa), referência às suas nadadeiras peitorais que se assemelham a asas.[6] Já seu nome específico novaeangliae vem do latim novus (nova) e angliae (Inglaterra) e é uma referência geográfica de onde o espécime tipo foi descrito pela primeira vez pelo naturalista alemão Georg Heinrich Borowski em 1781. Então, seu nome científico significa "grandes asas da Nova Inglaterra".[7][8] Quando a jubarte mergulha costuma arquear a região da nadadeira dorsal, deixando corcova do dorso mais saliente. Desta característica deriva seu nome em inglês, humpback whale, ou baleia corcunda.[9]
Taxonomia e evolução[editar | editar código-fonte]
A baleia jubarte é o único representante do gênero Megaptera que faz parte de uma família de oito espécies de baleias, os Balaenopteridae (também conhecidos como rorquais). Esta família inclui as baleias azul, fin, de-Bryde, sei e minke. Acredita-se que as rorquais divergiram das outras famílias de misticetos no Mioceno.[10] Entretanto, não se sabe quando os membros dessa família divergiram um do outro.
Recentemente, análises de sequenciamento de DNA indicam que as jubartes são mais relacionadas com certas baleias, como a baleia-fin (B. physalus) e, possivelmente, a baleia-cinzenta (Eschrichtius robustus), do que com outras rorquais como a baleia-minke.[11][12][13]
A jubarte foi identificada primeiramente como baleine de la Nouvelle Angleterre por Mathurin Jacques Brisson no seu Regnum Animale de 1756. In 1781, Georg Heinrich Borowski descreveu a espécie, alterando o nome que Brisson deu para seu equivalente em Latin, Balaena novaeangliae. Em 1804, Lacépède mudou essa espécie para a família Balaenidae, permanecendo B. jubartes. Em 1846, John Edward Gray criou o gênero Megaptera, classificando-a como Megaptera longipinna, mas em 1932, Remington Kellogg reverteu o nome da espécie para novaeangliae.[8]
Pesquisas genéticas, em meados de 2014, pela British Antarctic Survey confirmaram que a separação das populações no Atântico Norte, Pacífico Norte e oceanos do hemisfério sul são mais distintas do que se pensava. Alguns biólogos acreditam que isso deve ser considerado como subespécies separadas[14] e que elas evoluíram independentemente.[15]
Distribuição geográfica e habitat[editar | editar código-fonte]
A baleia-jubarte pode ser vista em todos os oceanos, sendo que há quatro populações reconhecidas no mundo: Pacífico Norte, Atlântico, Oceano Sul e Oceano Indiano. Estas populações são distintas e, geralmente, indivíduos não atravessam a Linha do Equador, permanecendo no Hemisfério Norte ou Sul, havendo raras exceções.[16]
É uma espécie migratória, que passa os verões nas águas frias em áreas temperadas e polares e que se reproduz em climas tropicais ou subtropicais. Percorrem distâncias de mais de 25.000 km ao ano, sendo recordistas entre os mamíferos. Como exceção, as populações do Golfo Pérsico não são migratórias e permanecem em suas águas quentes o ano todo. Não há jubartes no Mar Báltico, nem no Oceano Ártico, nem na parte mais oriental do Mediterrâneo.
Essa baleia é observada em áreas costeiras e da plataforma continental ao longo de sua distribuição mundial, atravessando frequentemente regiões profundas durante a sua migração anual.[17] No Hemisfério Sul, geralmente, alimentam-se na Antártica, em águas ao redor das Ilhas Geórgia do Sul e Sanduíche do Sul, no verão e outono.[18] E, no inverno e primavera, migram para as áreas de acasalamento e nascimento de filhotes em regiões tropicais e subtropicais, geralmente associadas a ilhas, sistemas coralinos ou costas continentais.[19][20]
No Brasil, pesquisas aéreas mostraram que sua distribuição nas águas da costa é registrada do Rio Grande do Sul até o Piauí, sendo que o Banco de Abrolhos na Bahia é o maior habitat de reprodução da espécie no Oceano Atlântico Sul ocidental.[18][20][21]
Anatomia[editar | editar código-fonte]
Características gerais[editar | editar código-fonte]
As jubarte são reconhecidas facilmente devido a várias características peculiares. A mais marcante é sua longa nadadeira peitoral, que apresenta manchas pretas e brancas e pode alcançar até um terço do comprimento do corpo, sendo maior do que qualquer outra espécie de cetáceo.[7] Possuem a parte superior totalmente negra, parte inferior branca ou um pouco mais escura. A cabeça e mandíbula inferior estão recobertas de pequenas protuberâncias características da espécie, chamadas de tubérculos, que na realidade são folículos pilosos. Ainda não se conhece qual a função destes pelos, mas se supõe que seja sensorial. No topo de sua cabeça, está o orifício respiratório, que exerce as mesmas funções das narinas, e permanece fechado durante todo o tempo em que o animal está submerso. Quando ele se aproxima da superfície este duplo orifício se abre e o ar quente é expelido com força pelos pulmões, condensando em contato com a atmosfera fria e formando uma nuvem de até três metros de gotículas de água.[9]
Assim como os demais membros de sua família, a baleia jubarte possui sulcos ventrais de coloração branca que são pregas paralelas que se estendem da mandíbula até a região do umbigo. Seu número pode variar de 14 a 35 e permitem uma maior abertura da boca longa e arqueada, expandindo quando o animal se alimenta e contraindo quando ele expulsa a água para fora da boca. Para filtrar o alimento da água do mar, geralmente o krill, esta baleia utiliza suas barbatanas, que são uma série de placas compostas de queratina que descem do céu da boca e filtram a água, retendo o alimento. Próximo ao canto da boca estão localizados os olhos, que possuem boa capacidade visual tanto dentro como fora d’água. As baleias não possuem orelhas pois isto atrapalharia seu formato hidrodinâmico, mas elas possuem ouvidos que são minúsculos orifícios, com cerca de 30 centímetros atrás dos olhos. O tórax é protegido por 14 pares de costelas e abriga o coração e os pulmões.[9]
Entre machos e fêmeas, há pouco dimorfismo sexual, principalmente pelo fato de o pênis dos machos estar internalizado na fenda genital. A principal diferença entre os gêneros é que, na região ventral próximo ao pedúnculo caudal, as fêmeas possuem uma fenda genital que fica deslocada em direção à nadadeira caudal próxima à abertura do ânus, já nos machos a fenda está deslocada em direção ao abdômen, próxima à cicatriz do umbigo, onde terminam as pregas ventrais. A única outra diferença anatômica externamente visível entre machos e fêmeas é a presença de um lobo hemisférico na região urogenital das fêmeas, localizada logo após a porção posterior da fenda genital. Paralelas à fenda genital existem duas pequenas fendas onde estão localizadas as glândulas mamárias. As baleias parem normalmente a cada dois ou três anos e a gestação dura onze meses. É raro, mas certas fêmeas podem dar à luz dois anos seguidos.[9]
A pele da jubarte é relativamente fina para um animal de seu tamanho, possuindo menos de um centímetro de espessura. Aderidas na superfície da epiderme podemos encontrar as cracas. Na região dorsal a pele é de coloração preta, enquanto na região abdominal é variável, sendo preta em algumas regiões e branca em outras. Logo abaixo, está uma espessa camada de gordura que serve como um isolante térmico para protegê-las do frio das águas e como uma reserva de energia. Na baleia jubarte, esta camada pode medir mais de 15 centímetros de espessura.[9]
O filhote mede ao nascimento de quatro a quatro metros e meio e pesa aproximadamente 700 quilogramas. É amamentado por sua mãe durante um ano, sendo sua única fonte alimentícia durante os seis primeiros meses. Os seis meses seguintes alternam com o alimento que são capazes de capturar eles mesmos. Os filhotes abandonam suas mães ao início de seu segundo ano, quando alcançam aproximadamente os nove metros de comprimento.[carece de fontes]
Os jovens alcançam a maturidade sexual aos cinco anos. Vivem, geralmente, de 40 a 50 anos.[carece de fontes]
Nadadeiras[editar | editar código-fonte]
Na região torácica, há duas longas nadadeiras peitorais, que numa jubarte adulta podem medir mais de cinco metros de comprimento. A borda anterior da nadadeira peitoral é bastante ondulada, sua face ventral é branca enquanto a face dorsal em geral possui uma mistura de padrões de preto e branco. As nadadeiras peitorais em geral servem para ajudar a direcionar o movimento das baleias e dos golfinhos quando nadam, auxiliando na manutenção do equilíbrio. No dorso da jubarte, está a pequena nadadeira dorsal, localizada sobre uma ligeira corcova. Esta nadadeira dorsal possui um formato ligeiramente diferente para cada indivíduo. Em alguns indivíduos ela é mais arredondada e em outros pode apresentar um formato semelhante a uma foice (falcada).[9]
Logo após a nadadeira dorsal, inicia-se o pedúnculo caudal, uma grande e poderosa região muscular que, juntamente com a nadadeira caudal, é responsável por permitir a natação e outros comportamentos. É a batida da nadadeira caudal que permite às baleias se deslocarem. Numa baleia jubarte adulta a nadadeira caudal pode medir mais de cinco metros de largura. Sua borda é serrilhada e na face ventral a coloração pode ir desde quase completamente branca até totalmente escura, apresentando cada animal um padrão de manchas e riscos diferentes. É justamente o fato de cada uma possuir um desenho único na nadadeira caudal que permite que cada baleia jubarte possa ser identificada como um indivíduo por meio das fotografias desta região. Podemos dizer então que a nadadeira caudal da jubarte é o equivalente às impressões digitais dos humanos.[9]
Comportamento[editar | editar código-fonte]
Estrutura social[editar | editar código-fonte]
A organização social das baleias jubarte é caracterizada por grupos pequenos e associações breves, com ocorrência comum de indivíduos sozinhos, duplas e trios.[22] As associações estáveis em pares também, geralmente, são formadas por fêmea e filhote, que podem permanecer juntos por até três anos.[23]
Os agrupamentos são mais estáveis no verão, quando cooperam entre si para fins alimentares. Já nas áreas de reprodução no inverno, grupos maiores e não duradouros são observados em associação com demonstrações de competição sexual agressiva entre machos por uma fêmea que servem para estabelecer as relações dominantes entre os machos.[24] Caracterizados por serem ativos e com vários comportamentos aéreos, grupos competitivos são constituídos por dois a vinte machos e um animal nuclear, que é uma fêmea em estro ou pré-estro e pode ou não estar amamentando um filhote.[25] Análises genéticas de paternidade mostram que fêmeas acasalam com vários machos.[26]
Canto[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Canto das baleias
Além de suas acrobacias aquáticas, as jubartes são conhecidas como cantoras. Tanto fêmeas quanto machos vocalizam, mas apenas os machos produzirem extensas e complexas vocalizações estereotipadas (canto), que mudam ao longo do tempo e são cantadas da mesma forma pela população em um determinado tempo. Geralmente, emitem-no por 10 a 20 minutos, entretanto podem durar horas ou até dias, padrões de notas graves que variam de amplitude e frequência, repetindo sequências de forma coerente e organizada.[27] As baleias somente cantam durante o período de acasalamento, por isso supõe-se que as canções tenham por finalidade atrair parceiros. Um fato interessante é que a canção, própria de cada baleia, evolui lentamente durante sua vida e nunca volta a uma sequência de notas já cantada, mesmo anos depois.[28]
Reprodução[editar | editar código-fonte]
Rituais de acasalamento acontecem no inverno em áreas de reprodução em torno da Linha do Equador. Podem formar-se grupos competitivos de machos em torno de uma fêmea para garantir a cópula com a mesma. Esses grupos costumam ser ativos, realizando saltos, batidas de cabeça, de cauda e da nadadeira peitoral, entre outros.[5]
O canto dos machos pode ser uma das forma de seleção pela fêmea ou de machos estabeleceram dominância.[29]
Fêmeas geralmente engravidam a cada dois ou três anos e a gestação pode durar 11,5 meses. Os meses de pico de nascimento no Hemisfério Norte são janeiro e fevereiro e no Hemisfério Sul em agosto e setembro. As mães permanecem com o filhote por um a dois anos.[30]
Alimentação[editar | editar código-fonte]
A espécie alimenta-se exclusivamente durante o verão e vive de suas reservas de gordura durante o inverno. É um predador ativo que caça krill, copépodes e peixes em cardumes, como o arenque (Clupea harengus), o salmão, o carapau (Scomber scombrus), o escamudo (Pollachius virens), a arinca (Melanogrammus aeglefinus).[31][32][33]
A baleia-jubarte tem o mais diversificado repertório de métodos alimentícios de todas as baleias.[34] Sem dúvida a técnica de pesca mais original da jubarte é a de rede de bolhas: várias baleias formam um grupo que cerca o cardume por baixo e expulsam o ar de seus pulmões, formando uma rede de bolhas que vão forçando o cardume a se concentrar e subir para a superfície. Esta cortina de bolhas serve também para esconder visualmente as baleias até o ataque final, quando estas sobem com a boca aberta, filtrando milhares de krills e peixes na barbatana, expelindo a água salgada e engolindo de vez.[35]
O diâmetro da rede de bolhas pode alcançar 30 metros e precisar da colaboração de 12 indivíduos. Algumas baleias assumem a tarefa de criar as bolhas, ao emitir sons, expulsando o ar através de seus espiráculos, e outras mergulham mais em direção ao fundo para forçar os peixes na direção da superfície. É possivelmente o exemplo mais espetacular de colaboração entre mamíferos marinhos.[36]
Predadores[editar | editar código-fonte]
As jubartes podem ser atacadas pelas orcas ou tubarões-branco. Esses ataques geralmente não resultam em algo mais sério que escoriações ou cicatrizes em adultos, mas podem matar os filhotes para se alimentar.[23]
Relação com os humanos[editar | editar código-fonte]
A caça das baleias[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Baleação
Baleias jubarte começaram a ser caçadas no início do século XVIII. No século XIX, muitas nações estavam caçando-as intensamente no Oceano AtlânticoHe, em menor quantidade, nos Oceanos Índico e Pacífico. No final deste século, foram introduzidos o uso de arpões explosivos para aumentar ainda mais a caça.[37]
No século XX, ao menos duzentas mil baleias foram capturadas. A caça comercial de baleias expandiu-se pelo mundo, devastando grandes populações e reduzindo muitas espécies a menos que 10% de sua abundância original.[38] A superexploração de muitas espécies resultou na criação da Comissão Internacional Baleeira em 1946 como um meio de regular a indústria baleeira, mas grandes números de baleias continuaram a ser mortas.[39] Alguns países (Espanha, França, Holanda, Inglaterra) renunciaram a esta atividade de forma voluntária. Para impedir a extinção das baleias, uma moratória internacional foi instituída, em 1986, proibindo a caça comercial que continua sendo aplicada atualmente.[40] Quando esta moratória foi decidida, as baleias eram já tão raras que sua caça não era rentável. Oficialmente tinham-se caçado 250 mil exemplares, mas provavelmente o número era muito maior. A União Soviética era considerada o primeiro país a mentir sobre estes dados, declarando 2.710 mortes enquanto se calcula atualmente que caçaram ao menos 48 mil exemplares[41]. Após a moratória, o crescimento populacional foi verificado para a maioria das subpopulações.[40]
Desde 2004 é permitida uma caça limitada nas ilhas São Vicente e Granadinas, no Caribe. Supõe-se que esta caça não põe em risco a população local.[34]
As espécies de baleias foram muito exploradas no Hemisfério Sul, tanto em locais costeiros como em águas pelágicas na maioria dos oceanos.[42] Desde 1987, estão protegidas em águas brasileiras pelo Decreto Lei n° 7643 de 18 de dezembro de 1987, que proíbe a caça e molestamento intencional de cetáceos em nossas águas.[40]
Ameaças[editar | editar código-fonte]
As baleias ainda sofrem ameaças, como colisão com embarcações, emalhamento em redes de pesca, poluição sonora e do mar.[43] Como outros cetáceos, jubartes podem ser machucadas com o barulho excessivo, podendo causar feridas trumáticas nos ouvidos.[44]
O turismo de observação[editar | editar código-fonte]
As baleias-jubarte geralmente são "amigáveis", aproximado-se espontaneamente dos barcos e nadando ao redor. Devido ao fato de serem fáceis de chegar perto, curiosas, identificáveis como indivíduos e expõem inúmeros comportamentos, é uma espécie ideal para o turismo de observação de baleias em vários lugares do mundo. O que é uma forma de sensibilização ambiental, mostrando que uma baleia vale mais viva do que morta.[45]
No Brasil, os locais mais populares de observação de baleias jubartes estão no litoral da Bahia: Morro de São Paulo, Praia do Forte, Itacaré e Caravelas.[2]
Pesquisas[editar | editar código-fonte]
Institutos e projetos de conservação e pesquisa sobre esses animais têm registrado o crescimento e a ocorrência da sua população no Brasil. Dentre eles, podemos citar o Projeto Baleia Jubarte(PBJ) executado pelo Instituto Baleia Jubarte(IBJ) que iniciou suas pesquisas em 1987 quando foi redescoberta a presença de uma pequena população remanescente de baleias jubarte em Abrolhos. Sua finalidade é de promover a proteção e pesquisa destes mamíferos no Brasil. Esse projeto realiza trabalhos de ecologia, comportamento, foto-identificação, análises genéticas, necrópsias, resgate em encalhes e educação ambiental. A primeira base do projeto foi construída em Caravelas, de onde saem os cruzeiros de pesquisa para Abrolhos. Em 1988, foram realizados os primeiros cruzeiros para fotografar as baleias jubarte e as primeiras tentativas de estudar os animais a partir de uma estação em terra no arquipélago dos Abrolhos.[46]
Como resultado da proibição da caça comercial e dos intensos trabalhos de conservação, verificou-se o aumento da população de jubartes de Abrolhos e a reocupação do litoral norte da Bahia, antiga área de ocorrência histórica da espécie. Por este motivo, em 2001, foi criada a segunda base do Instituto na Praia do Forte, ampliando assim a área de estudo e incluindo um Centro de Pesquisa e Educação Ambiental, que constitui um espaço de divulgação e conscientização da comunidade e visitantes quanto à existência e importância da conservação das baleias na região. Devido aos hábitos costeiros da espécie e ao estreitamento da plataforma continental no litoral norte da Bahia, as observações ocorrem próximo da costa, e o turismo de observação de baleias fomentado pelo IBJ como ferramenta de sensibilização da opinião pública contra a caça destes animais tem aumentado a cada ano
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