As doenças nas dendrobates são algo preocupante devido a ainda haver pouca informação a respeito. Uma vez que o tema preocupa naturalmente muitos adeptos das dendrobates, recolhi informação para dar a conhecer um pouco mais sobre os problemas mais comuns destas rãs.
Retenção de líquidos
Começo pela retenção de líquidos por ser a doença com que a minha primeira rã morreu.
A que se deve esta doença?
Esta doença pode dever-se a falha renal ou alterações no fígado que inibam a produção da albumina, o que pode ter origem em dermatite bacteriana, septicemia ou parasitas.
Esta doença pode dever-se a falha renal ou alterações no fígado que inibam a produção da albumina, o que pode ter origem em dermatite bacteriana, septicemia ou parasitas.
Como a rã se banha em água destilada ou em água de osmose – que por não ter solutos se incorpora no corpo da rã em vez de sair – vai originar a retenção de líquidos na barriga, pernas e pescoço .
O que provoca?
Provoca um inchaço grande no corpo, principalmente na barriga, nas pernas e no pescoço. Como a retenção de líquidos vai aumentando, a rã pode vir a sufocar devido ao inchaço no pescoço, que fecha as vias respiratórias.
Provoca um inchaço grande no corpo, principalmente na barriga, nas pernas e no pescoço. Como a retenção de líquidos vai aumentando, a rã pode vir a sufocar devido ao inchaço no pescoço, que fecha as vias respiratórias.
Existe cura?
Sim, existe cura mas não é totalmente fiável.
Sim, existe cura mas não é totalmente fiável.
Banhos com água muito salgada – para a rã perder líquido através da reacção osmótica – não são propriamente uma cura mas um pequeno tratamento para a doença não se alastrar.
Outro tratamento é o soro de ringer, que serve para manter hidratada a rã e evita que a rã deixe de comer. Se deixar de comer existe também uma uma solução que é o gluconato de cálcio, um suplemento líquido que contém glucose (energético).
A solução mais segura, mas também a mais difícil, é extrair os líquidos retidos.
Deve-se pegar numa seringa, uma das mais fininhas pois não se pode atingir um músculo nem uma artéria. Perfurar com cuidado a pele da perna e daí se extrai o liquido. A perna tem uma ligação à barriga por isso quando se extrai o liquido da perna, também se extrai o liquido da barriga.
Como fazer o medicamento?
Gluconato de cálcio: É utilizado pelos veterinários, mas numa diluição de 23%, pelo que é necessário misturar 1 mililitro da solução com 10 mililitros de água, de forma a obter uma concentração a 2% (20 mg/ml).
Coloca-se num papel que absorva e depois numa caixinha onde a rã vai estar, porque apesar de ela não comer, vai absorver pela pele e o mesmo acontece com o soro de ringer.
Soro de ringer:
- Agua destilada – 900 ml de agua
- NaCl (cloreto de sódio) – 6,6 g
- KCl (cloreto de potássio) – 0,15 g
- CaCl2 (cloreto de cálcico) – 0,15 g
- NaHCO3 (bicarbonato sódico) – 0,2 g
Na imagem: foto da minha Dendrobates auratus de 3 meses com retenção de líquidos. As cores perderam-se devido ao álcool e mirrou um bocado mas vê-se bem a barriga.
Parasitas internos (parasitas nos intestinos)
Os parasitas são um tema que abrange muitas doenças e é muito preocupante nos anfíbios, por isso acho que será uma ajuda.
É muito importante, quando se tem um terrário habitado e se quer introduzir outra rã, essa deve ser colocada em separado pois estes parasitas na maior parte das vezes são transmissíveis e podem contagiar todas as outras rãs no terrário.
Passado três semanas ou um mês, se a rã estiver a alimentar-se bem e de perfeita saúde, já se pode então colocar no terrário.
A que se deve esta doença?
Todas as rãs têm parasitas internos, mas por vezes esses parasitas não são detectáveis por a rã ser saudável (boa alimentação, entre outros factores). No entanto se for uma rã fraca (com má alimentação e poucas condições no terrário) os parasitas vão aproveitar as baixas defesas no organismo da rã e manifestar-se como um problema sério.
Todas as rãs têm parasitas internos, mas por vezes esses parasitas não são detectáveis por a rã ser saudável (boa alimentação, entre outros factores). No entanto se for uma rã fraca (com má alimentação e poucas condições no terrário) os parasitas vão aproveitar as baixas defesas no organismo da rã e manifestar-se como um problema sério.
Por isso, é muito importante dar uma boa alimentação e não ter nada de tóxico ou algo que possa fazer mal à rã.
Existem muitos parasitas internos, mas o mais conhecido é o que se aloja nos intestinos.
O que provoca?
Estes parasitas podem provocar diversos sintomas, como a não aceitação de alimento e também a magreza extrema – uma vez que se aloja no intestino, alimenta-se dele e pode levar à morte da rã.
Estes parasitas podem provocar diversos sintomas, como a não aceitação de alimento e também a magreza extrema – uma vez que se aloja no intestino, alimenta-se dele e pode levar à morte da rã.
Existe cura?
Sim, existe a cura mas (também) não é totalmente fiável.
Sim, existe a cura mas (também) não é totalmente fiável.
Se a rã deixar de comer a solução é gluconato de cálcio (energético, detalhes já descritos em cima) e cálcio, que manterá a rã alimentada para que se faça o tratamento com Panacur ou Levacol, dois medicamentos que se podem preparar em casa.
Como fazer o medicamento?
Panacur: Pode-se encontrar num veterinário, a sua solução é de 25 mg/ml (Panacur é de 2,5%), que é uma concentração 4 vezes inferior.
Também podemos conseguir em pastilhas de 250 mg, devendo-se dissolver cada pastilha em 2,5 ml de água para conseguir uma concentração de 100 mg/ml.
Coloca-se uma gota nas costas da rã. Deve-se guardar a solução no frigorífico e quando for utilizada, deve-se deixar um pouco ao ar para voltar à temperatura ambiente antes de deitar a gota na rã. Cuidado com a sobre-dosagem.
Levacol: É o medicamento que se comercializa mais para dendrobates. Absorve bem através da pele e também tem um amplo poder antiparasita como o Panacur.
Tem que se ter muito cuidado com as sobre-dosagens. Coloca-se uma gota nas costas diariamente durante 7 a 10 dias.
Na imagem: antes (esquerda) e depois (direita) do tratamento, passado três dias.
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