quinta-feira, 8 de junho de 2017

Esquilo da Mongólia

Nomes comuns: Gerbo da Mongólia, esquilo da Mongólia, gerbil e gerbilo
Os gerbos da Mongólia são também conhecidos como ratos do deserto, no entanto esta denominação não é correcta.
Os gerbos da Mongólia podem encontrar-se na natureza, nos grandes desertos da Mongólia e Nordeste da China. São áreas áridas onde a chuva é escassa e igualmente escassa a vegetação. Como resultado disso, o gerbo da Mongólia está habituado a uma alimentação pouco hidratada e com cerca de 16% de proteína, estando o seu sistema digestivo adaptado a ela.
Para se protegerem tanto de predadores como das grandes diferenças térmicas que ocorrem nas zonas desérticas, os gerbos cavam longas galerias onde passam a maior parte da sua vida. São considerados como pragas no seu habitat natural, onde são exterminados aos milhares, seja com veneno seja pela utilização da falcoaria.
Os primeiros gerbos da Mongólia a chegarem à Europa entraram pela mão do Padre Armand David a meio do século XIX. Estes animais foram mantidos em zoos e laboratórios, mas alguns terão ido parar à mão de entusiastas que a partir de selecção genética, foram conseguindo seleccionar outras cores, diferentes do agouti castanho (a cor dos gerbos selvagens).
Durante os últimos 30 anos, o gerbo da Mongólia tornou-se num dos animais de estimação mais populares na Europa. São muitas as cores actuais dos gerbos da Mongólia, que vão desde o agouti castanho ao branco, lilás, preto, siamês, burmês e até azul, a mutação mais rara.

Comportamento

O gerbo pode ser um excelente animal de estimação
O GERBO É UM EXCELENTE ANIMAL DE ESTIMAÇÃO, DÓCIL E SOCIÁVEL
FOTOGRAFIA: CARLOS GANDRA
O gerbo é um excelente animal de estimação, que só morde em ultima instância. É um animal curioso, que toma atenção a tudo o que se passa à sua volta, pouco escapa à sua curiosidade pelo que é frequente vê-los de pé, só apoiados nas patas traseiras, tomando atenção a tudo o que se passa à sua volta.

Os gerbos são animais sociais
, pelo que não se deve manter um individuo sozinho. São animais que vivem em grandes grupos familiares quando em liberdade e que quando são mantidos isolados, tendem a desenvolver problemas comportamentais. Isto significa que devem manter-se aos casais ou aos pares, no mínimo, mas é de longe mais aconselhável manter um número maior de gerbos em comunidade, tendo a noção que o espaço disponível na gaiola deve ser proporcional ao tamanho dessa comunidade.Ao contrário de outros roedores, os gerbos não são noctívagos e são geralmente bastante activos durante o dia.
Os gerbos adultos, em especial as fêmeas, tendem a ser agressivos para com outros adultos que não façam parte do seu grupo familiar. Isto pode dar origem a brigas de tal modo graves que podem levar à morte de pelo menos um deles. Por isso só é aconselhável juntar animais muito jovens na mesma gaiola.
Animais nascidos no seio da família são normalmente bem aceites pelos restantes, que os reconhecem pelo cheiro e ajudam a criar. No entanto, se forem separados por períodos superiores a 24 horas, há sempre a probabilidade de não serem reconhecidos pelos restantes se voltarem a ser juntos. Por essa razão nunca separe grupos familiares a não ser que seja absolutamente necessário, pois se pretender voltar a juntá-los pode ser uma tarefa complicada.
No que concerne à manutenção de casais, é preferível dividir a gaiola utilizando rede, pois evita a cópula, mas não evita o contacto entre os pares. A solução para o controle de população é construir comunidades unisexuais, juntando apenas os casais que pretender reproduzir.

Alojamento

Tanques grandes ou gaiolas fundas de grades estreitas são as mais recomendáveis para o alojamento de gerbos da Mongólia, de modo a que eles possam efectuar o seu desporto favorito: escavar. Não se esqueça que os gerbos são excepcionais saltadores, logo, no caso de se utilizar um tanque deverá ter o topo tapado de modo a evitar fugas.
Os gerbos têm uma capacidade de destruição muito grande, logo todos os tanques, caixas ou gaiolas deve ser lisas por dentro de modo a que eles não consigam encontrar depressões que consigam roer e consequentemente escapar ao cativeiro.
Como substracto / litter poderão usar-se aparas de madeira, corn cobs ou cats best, além de outros materiais próprios para roedores.
Para o ninho, feno ou palha é o isolamento ideal, pois além de servir de isolador térmico, não é em nada prejudicial à saúde dos animais.
Como os gerbos gostam (e necessitam) de tomar o seu banho, deverá ser fornecido um recipiente com areia de chinchila, que deve ser retirado após o banho.

Manuseamento

Gerbo da Mongólia na mão
GERBO DA MONGÓLIA NA MÃO
FOTOGRAFIA: PETINFOCLUB.COM
Os gerbos da Mongólia rapidamente se habituam a ser manuseados.
Para segurar um gerbo, não deve nunca segurá-lo pela ponta da cauda. Será possível segurar pela cauda, desde que se tenha o cuidado de agarrar a base da mesma, sem puxões ou movimentos bruscos. A explicação é simples: a cauda é frágil e parte-se com muita facilidade e contrariamente ao que dizem, não volta a crescer. Pode inclusive, em caso de quebra, necrosar e causar problemas graves ao animal.

Reprodução

Gerbos bebés
GERBOS BEBÉS
FOTOGRAFIA: CARLOS GANDRA
Os gerbos da Mongólia ficam sexualmente maduros por volta dos quatro meses de idade. As fêmeas estão receptivas de seis em seis dias e a gestação é de cerca de 24 dias, após os quais as crias nascem cegas e sem pêlo, medindo cerca de 20 milímetros e pesando entre duas a três gramas.
As fêmeas constroem o ninho onde têm os filhotes. Deve fornecer-lhes feno e tiras de papel de cozinha de modo a que elas tenham material para o construir. Deve evitar materiais fibrosos, devido ao perigo de enrolar e estrangular as patas dos animais.
A média das ninhadas é de quatro a seis gerbos. Os recém nascidos crescem rapidamente, nascendo o pêlo por volta de uma semana de idade e abrem os olhos antes das duas semanas. Começam também a experimentar alimentos secos, embora a sua manutenção se baseie no consumo de leite materno. Assim que abrem os olhos, os pequenos gerbos começam a sair do ninho e a explorar o que se passa à sua volta.
Por volta das três semanas já estão desmamados.
O macho tem um papel muito importante pois ajuda a criar a ninhada. Convém no entanto lembrar que as fêmeas voltam a entrar muito rapidamente no cio e, se quiser evitar ninhadas consecutivas, deverá separar o macho.

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