Nomes comuns: Ratazana, rato twister, rato mecol, ratz e fancy rat (termo internacional).
O rato twister, também conhecido como mecol, é o animal de estimação ideal para quem não tem muito tempo livre para se dedicar a um animal de porte maior ou mora em apartamentos. Pertencem à família Muridae, que engloba ratos e camundongos do velho mundo.
Eles são da mesma espécie do rato marrom (vulgarmente conhecido como ‘rato de esgoto’, Rattus norvegicus), porém devido aos séculos de isolamento e sucessivas gerações, se tornaram isentos de patógenos (doenças) e perderam sua agressividade. Algumas linhagens são largamente utilizadas como animais de experimentação ou como alimento de serpentes de grande porte e pequenos carnívoros.
De todos os roedores mantidos como animais de estimação, são uns dos mais inteligentes e interativos. São de fácil manutenção e não necessitam de vacinação. Medem de 30 a 50 centímetris, incluindo a cauda, e alguns machos podem ultrapassar os 500 gramas de peso.
Costumam viver de dois anos e meio a três anos, embora existam relatos de animais que alcançaram os quatro anos de idade.
Na Europa e EUA, onde são conhecidos como “Fancy Rats”, é comum sua criação, existindo até clubes de criadores, exposições e campeonatos envolvendo diferentes variedades. Hoje encontram-se em alguns países aproximadamente 25 cores diferentes de pelagens, outros tipos de “marcações” (blazed, Irish, capped, etc) e variedades (como o “dumbo” ou o “hairless”).
Comportamento
Por ser um animal de hábitos noturnos, o twister costuma dormir durante o dia e estar mais ativo à noite. Os machos costumam ser mais calmos e preguiçosos, sendo considerados os favoritos entre os que criam esses animais, enquanto as fêmeas são mais ativas e brincalhonas.
Os machos costumam marcar com gotinhas de urina tudo o que consideram sua “propriedade”, ocasionalmente até o próprio dono, sendo esse comportamento também observado em menor intensidade nas fêmeas. Pelo fato de serem interativos, criam estreito laço com o dono, sabendo reconhece-lo e atendendo a sua voz.São inteligentes e curiosos, aos quais até se pode ensinar alguns truques, como atender pelo nome ou obedecer a comandos. Além disso, são sociáveis, o que permite (e é recomendável) manter mais de um exemplar junto, inclusive machos. Comumente observa-se uma dupla ou integrantes de um grupo coçando e penteando-se, uns aos outros, ou dormindo juntos. Os ratos twisters apreciam dar passeios e “xeretar” o ambiente novo no qual se encontram, escalando moveis, se escondendo debaixo da mobília ou se embrenhando entre objetos.
Quando criados desde filhotes junto a pessoas, se tornam muito dóceis e aceitam ser manipulados e acariciados, e geralmente respondem ao agrado com lambidinhas. Não é raro vê-los apoiados sobre o ombro ou aninhados ao colo do dono. Twisters com tendência a serem ariscos e agressivos geralmente não sofreram manipulação humana ou provêm de linhagens que não sofreram seleção a fim de obter filhotes dóceis.
Acomodação
Pode-se mantê-los em gaiolas, terrários ou até mesmo em caixas organizadoras plásticas.
Deve-se sempre oferecer uma “cama” ou “toca”. Ela pode ser um pote plástico de sorvete de 2 litros, um cano largo de PVC, uma caixa pequena de papelão (levando em consideração que, dependendo do material da toca, esta poderá não durar muito, uma vez que seus usuários apreciam mordiscá-la regularmente).Como são animais que necessitam de espaço, as acomodações deverão ter dimensões adequadas para o número de ratos twisters mantidos; gaiolas para ferrets e chinchilas ideais por serem espaçosas, mas uma gaiola grande para hamster também pode ser utilizada; um terrário com medidas 70x50x40 acomoda dois ratos twisters, porém sempre deverá ter tampa a fim de evitar fugas.
Twisters apreciam canos e túneis, bem como “redes” e tubos suspensos de pano (em inglês, chamados de “hammocks” e “tube lofts”) como os de ferrets, os quais podem ser compradas ou, com um pouco de habilidade e criatividade, fabricados em casa.
Dê preferência a potes pesados (como os de aço inox, próprios para aves) e/ou que ficam presos à gaiola para pôr o alimento. Por serem bagunceiros, costumam derrubar os potes, derramando toda a comida. Utilize também bebedouros do tipo “mamadeira” (aqueles usados para hamsters).
Utiliza-se como forração da gaiola ou terrário o Corn Cob, por ser mais absorvente. No entanto, existem outras opções baratas e econômicas como areia higiênica para gatos ou o Zoocel. A maravalha (serragem de pinus ou cedro) não é recomendada, uma vez que é tóxica, podendo ocasionar problemas respiratórios, além de ser muito menos absorvente.
Alimentação
A base da alimentação do rato twister deve ser ração peletizada própria para animais de laboratório, pois contém todos os nutrientes e vitaminas necessárias para ele ficar saudável. Mas devido à dificuldade de se encontrar esse tipo de produto à venda, pode-se optar por outras alternativas e tentando variar ao máximo a dieta do animal. Rações extrusadas para hamsters e outros roedores podem ser utilizadas como base da sua alimentação.Por serem onívoros, teoricamente comem de tudo, mas nem todos os alimentos farão bem à sua saúde.
Deve-se evitar o milho em grão, cru, pois é comprovado que pode causar câncer nos animais. O girassol e amendoim podem fazer parte alimentação, porém, em pouquíssimas quantidades, uma vez que são extremamente oleaginosos, o que acarreta em um rápido ganho de peso e seu excesso pode comprometer o bom funcionamento do fígado.O seu cardápio deve conter frutas e legumes, frescos, cozidos ou secos, verduras de cor escura, tubérculos (raízes como batata e aipim) e leguminosas (feijões, exceto o preto, grão de bico, ervilhas) cozidos, e variadas sementes e grãos: arroz com casca, aveia, alpiste, semente de abóbora, painço, sorgo, linhaça, granola in natura, etc.
Pode-se também oferecer uma fonte de proteína animal, como ovo, carne de peixe, miúdos ou tutano de osso de frango, tudo sempre cozido, esporadicamente e em pequenas quantidades.
As rações secas de cães ou gatos não devem ser usadas como base da alimentação, visto que foram formuladas para animais de hábitos carnívoros, contendo altos teores de gordura e proteína. No entanto podem ser oferecidas esporadicamente também como fonte de proteína animal, principalmente para fêmeas amamentando. Nunca se deve oferecer alimentos açucarados ou frituras, alface, alfafa, chocolate, rabanete, espinafre, tomate, laranja (machos não podem), tubérculos e leguminosas crus, pepino ou carne.
Algumas guloseimas podem ser dadas, com moderação, como biscoito para cães, iogurte e outros derivados do leite, macarrão cru ou cozido, flocos de milho (sem açúcar) e de arroz, biscoito tipo “cracker”, castanhas e nozes, larvas de tenébrio ou grilos de criação, pão torrado.Existem também à venda no mercado vitaminas hidrossolúveis, as quais são ministradas em gotas no bebedouro, que são recomendadas em casos de enfermidades, desnutrição ou fêmeas lactantes.
Reprodução e filhotes
Um twister é sexualmente maduro com 60 dias de vida, porém, a idade ideal de procriá-los é entre os quatro e os dez meses de idade. As fêmeas entram no cio a cada quatro ou cinco dias, e podem gerar de oito a doze ninhadas por ano. No entanto, recomenda-se estabelecer um descanso entre as ninhadas, de um mês, no mínimo.
A atividade reprodutiva das fêmeas cessa quando estão com um ano e alguns meses de idade, enquanto um macho é fértil durante toda a vida.
Como são animais que em natureza vivem em colônias, podem ser mantidos em casais ou haréns durante toda a vida. O problema está no fato de serem prolíferos, sendo assim, um único casal durante toda a sua vida poderá gerar centenas de descendentes. Assim que a fêmea dá a luz, entra novamente no cio, sendo coberta novamente pelo macho, e quando a primeira ninhada estiver desmamando, nascerá uma outra. Além disso, ninhadas sucessivas estressam e envelhecem mais rapidamente as fêmeas.
Por isso, é recomendável ao criador separar as matrizes a fim de evitar animais excedentes e exaustão da fêmea. O ideal é que cada matriz tenha quatro a cinco ninhadas durante toda a sua vida. Fêmeas criadas num mesmo ambiente também podem permanecer juntas nesse período, pois se revezam nos cuidados das ninhadas, inclusive as que não estão com filhotes, que fazem o serviço de ‘babás’.
Deve-se oferecer bastante material (papel higiênico sem odor/papel toalha) para a elaboração do ninho. É importante reforçar a alimentação da mãe, principalmente com alimentos com um maior teor proteína e gordura, desde a prenhez até o desmame. A gestação pode durar de 21 a 25 dias e nascem em média doze filhotes.
Os filhotes ao nascer são pelados, cegos e surdos. Nesse período não se pode toca-los ou perturbar a mãe, do contrário esta pode devorar ou abandonar a prole.
Com uma semana de vida, já surgem os pêlos; aos 14 – 18 dias de vida os olhos se abrem. A gaiola/terrário só poderá ser limpa(o) novamente quando os filhotes estiverem com os pêlos completamente crescidos, lá pelo final da segunda semana (nesse período já é possível manuseá-los).
Os filhotes dependem dos cuidados maternais até a sexta semana, mas já podem ser desmamados quando já estiverem ingerindo alimentos sólidos (pela terceira semana de vida). A separação de filhotes machos e fêmeas deve ocorrer na sexta semana de vida e a diferenciação dos sexos se pode ser notada pela distância da genitália ao ânus: nas fêmeas essa distância é bem menor. Além disso, somente elas apresentam tetas.
Embora os filhotes devam ficar com a mãe até a sexta semana de vida, o que é importante para sua formação, geralmente se vê filhotes muito novos à venda, com três semanas de vida.
Quando pequenos, tendem a ser tímidos, porém, sempre dispostos a brincar, inclusive com humanos. Nesse período deve-se fazer sua adaptação ao local onde vai morar e as pessoas da casa. Não é difícil encontrar filhotes “medrosos” que tendem a defecar e urinar quando são pegos, nesses casos, deve-se conquistar sua confiança aos poucos, oferecendo algumas guloseimas diretamente a ele, a fim de que acostume com sua mão, e ir manipulando-o aos poucos. Pode-se também soltar o filhote em algum local, como um sofá, e deixar ele explorar o local e, sentado, o dono deve toca-lo e acaricia-lo, para que com o tempo ele perceba que aquele não oferece nenhum risco.
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